Netflix lança “Depois do Universo”, quarto longa em parceria com a Camisa Listrada

Reprodução: Tela Viva News

Nesta quinta-feira, dia 27 de outubro, estreia com exclusividade na Netflix o filme “Depois do Universo”. Protagonizado por Henrique Zaga (“13 Reasons Why” e “Os Novos Mutantes”) e pela cantora e compositora Giulia Be, a história gira em torno de um casal que se forma em um delicado momento de perda de esperança, mas também de perseverança no futuro.

Na trama, Nina (Giulia Be) é uma jovem e talentosa pianista que vê seus sonhos se perderem entre sessões de hemodiálise e a espera por um transplante de rim. Mas o romance com o jovem médico Gabriel (Henrique Zaga) a ajuda a superar suas inseguranças e lutar por seu objetivo de tocar nos palcos junto à Orquestra Sinfônica de São Paulo.

“Depois do Universo” ainda conta com João Miguel, Othon Bastos, Rita Assemany, Leo Bahia, Viviane Araújo, Isabel Fillardis e Denise Del Vecchio no elenco. O filme é uma produção da Camisa Listrada com direção de Diego Freitas, que também assina o roteiro ao lado de Ana Reber, e tem como produtores André Carreira e Luciano Reck.

Assista ao trailer: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=8OkqLOe_mZI&feature=emb_logo

Refinamento estético 

O novo longa se destaca pela estética e fotografia. Rodado em locações por São Paulo, como Theatro Municipal, Estação da Luz, Palácio dos Campos Elíseos e Pedra do Baú, ele traz elementos visuais próprios, como itens que sempre remetem ao universo. “Diego é um diretor que tem esse olhar apurado. Desde que assisti ao seu primeiro longa, ‘O Segredo de Davi’, senti que ele tinha esse olhar apurado e vontade de contar boas histórias com recursos visuais mais sofisticados. Desde o início, e depois quando já tínhamos o projeto fechado com a Netflix, tendo realmente uma estrutura bacana de produção e orçamento adequado, a ideia era trazer esse refinamento estético, trabalhando com esses elementos do universo, que são super presentes na trama, transformando-a quase em um conto de fadas. O filme tem esse ar mágico”, opina o produtor André Carreira em entrevista exclusiva para TELA VIVA.

“Gravamos em locações que são até pouco vistas em São Paulo. São ícones da cidade, mas que talvez ainda não tenham sido retratadas com esse apuro visual, com essa grandiosidade. O desafio não foi de mostrar uma São Paulo diferente, porque esses lugares estão aí, mas com esse olhar diferente sobre eles. A ideia é impactar – para além da história em si, que tem um roteiro elaborado, que emociona – visualmente também. Buscamos esse ar mágico que contribui para que o público esteja ainda mais envolvido na atmosfera desse romance, que tem essa aura de fantasia mesmo”, completa.

A trama lembra grandes sucessos do cinema norte-americano recente, como “A Culpa é das Estrelas” e “A Cinco Passos de Você”, que são filmes que trazem uma dramática história de romance, com algum dos protagonistas ou ambos sofrendo de uma doença grave que apresenta um risco para esse romance não conseguir se concretizar. No entanto, o produtor garante: “Somos alimentados por referências o tempo inteiro. Referências são naturais, mas tentamos criar uma estética própria para o filme. O desafio era contar essa história com uma originalidade visual. Tem a questão do universo e da música, que é muito presente – a protagonista é cantora, a personagem toca piano, a música tema é bem importante… Então é um filme que ultrapassa as referências e consegue criar um universo próprio. Fala de romance e drama, mas também de superação e sonho. É um mix que traz originalidade”.

Desafios de produção 

Carreira brinca que não houve descanso no plano de filmagem e que existiram desafios de produção o tempo inteiro. “Na Estação da Luz, por exemplo, o maior desafio foi o controle da própria estação, porque filmamos com o local em pleno funcionamento. Era domingo, em um horário de menor fluxo, mas ainda assim estamos falando de um espaço bastante movimentado. E estávamos com restrições da pandemia, as pessoas circulavam de máscara. Isso não podia aparecer no filme, ia quebrar essa magia. Por isso tivemos que fazer um controle muito grande de cada um que aparecia em cena, mesmo que bem ao fundo da imagem. Foi realmente um grande desafio. E foi uma sequência que precisou ser dublada, porque é um lugar muito ruidoso, tanto por conta dos trens quanto pelo seu próprio movimento mesmo. Isso ainda trouxe um desafio de comunicação também – para o próprio diretor se comunicar com os atores era difícil”, conta.

“A gravação no Theatro Municipal foi uma grande sorte que tivemos. O filme todo foi desenhado pra fazermos a cena ali com multiplicação da plateia por conta das restrições que estavam impostas no momento. Isso ia limitar muito a nossa realização, mas daria certo. Fizemos o filme ‘Carnaval’ para a Netflix com esse mesmo recurso, então já tínhamos uma bagagem nesse sentido. Mas demos sorte – à medida em que fomos avançando na produção, fomos entrando em um momento mais brando da pandemia, onde houve flexibilização quanto à ocupação do Theatro. Às vésperas da filmagem, houve uma liberação por parte da empresa que tratava da biossegurança para um público maior. Todos foram testados e filmamos dentro dos protocolos, então conseguimos esse público real. Foi uma cena muito emocionante. Cinema é isso, tem uma hora que a magia acontece. Naquela hora, entendemos que ia funcionar, que ia emocionar as pessoas. Era o grand finale que a gente imaginava desde o início”, celebra o produtor.

Parceria de sucesso 

Esse é o quarto filme da Camisa Listrada com a Netflix. Os anteriores foram os títulos “Tudo bem no Natal que vem” (2020), “Carnaval” (2021) e “Vizinhos” (2022). Todos performaram muito bem na plataforma – o primeiro deles foi visto por 26 milhões de contas em todo o mundo e figurou no primeiro lugar em diversos países, como Portugal, Alemanha, Suíça e Áustria, entre outros. “É uma parceria que tem dado muito certo. A Netflix tem uma potência enorme, consegue estrear os filmes, em versões dubladas e legendadas, no mundo todo, e de forma simultânea. Esse impacto global pra gente é muito valioso e, principalmente, prova que a produção brasileira tem capacidade de se comunicar com o mundo inteiro. Havia esse estigma, de que produção brasileira não viajava. Por isso essa circulação é muito gratificante. Os filmes que produzimos buscam essa identificação junto ao público. São histórias muito brasileiras, mas com questões universais, que conseguem emocionar e tocar as pessoas. Acho que ‘Depois do Universo’ também tem esse potencial”, aposta Carreira.

E a produtora já tem dois novos projetos com a plataforma de streaming: o longa “Meu cunhado é um vampiro”, que está em fase de montagem e finalização, e a série “B.O.”, que está sendo rodada agora. Ambos são protagonizados por Leandro Hassum. “Estamos apostando muito nesses projetos. Eles trazem elementos diferentes para o audiovisual brasileiro, contextos diferentes de tudo o que a gente sempre fez. As comédias nacionais, inclusive, foram muito criticadas por repetirem certas fórmulas. Então buscamos nos reciclar, trazer coisas diferentes ao público. Tem que entregar o conteúdo que as pessoas esperam, claro, que gere identificação e diversão, mas que também traga alguma novidade”, conclui.